Os primeiros anos após uma mulher dar à luz são cercados de dúvidas e, também, de palpites. Não há uma mãe no mundo que tenha 100% de certeza de que está agindo da melhor forma na criação dos filhos e que não receba muitas e muitas dicas de outras mães, de amigas e de parentes em relação à maneira como deve criar o filho.
Por exemplo, é preciso ou não cobrir o carrinho com o bebê em um dia de sol forte? Quanto tempo uma criança pode ficar ao ar livre? É possível substituir a água por suco, mesmo que seja natural? A lista de dúvidas é enorme. Mas, mesmo os atos mais simples podem causar problemas para os pequenos desde que realizados de maneira incorreta.
1. Dar suco quando a criança está com sede
Nenhum suco, mesmo natural, pode satisfazer a necessidade de líquidos do corpo. No calor, é preciso compensar os equilíbrios de sais minerais e somente a água possui esse poder. Após beber um copo de suco, a criança pode sentir que não está mais com sede e recusar água. E, depois de algum tempo de atividade, pode acabar desidratada
2. Deixa-las sozinhas no carro “apenas por 5 minutos”
Acontece muito quando uma criança adormece durante uma viagem de carro e os pais não querem acordá-la quando chegam — no momento de descarregar as malas, por exemplo. Esse tipo de situação é bem comum e pode ser extremamente perigoso. Um carro deixado ao sol se transforma em uma espécie de estufa porque a temperatura sobe muito rápido e pode haver redução nos níveis de oxigênio. As janelas do carro, quando aberta alguns centímetros, diminuem um pouco o calor, mas isso não é suficiente. A temperatura do corpo de uma criança aumenta cinco vezes mais rápido que a do corpo de um adulto; por isso passar apenas alguns minutos nessas condições será o suficiente para o pequeno ter uma insolação.
3. Passar o dia inteiro ao ar livre
Nos dias mais quentes, o melhor horário para uma criança ficar fora de casa é no início da manhã e no final da tarde. Muitas pessoas acreditam que ficar na sombra seja uma forma de evitar a insolação. E sim, a sombra realmente ajuda a evitar o calor, mas não protege contra a radiação ultravioleta. Quando a temperatura está acima de 32°C, é recomendado ficar em áreas protegidas das 10h00 às 16h00. Isso é muito importante porque assim as crianças transpiram menos. É importante que lembrar que, nessa fase da vida, os mecanismos reguladores de temperatura do corpo humano ainda não estão totalmente desenvolvidos.
4. Apoiar-se em telas contra mosquitos
Pode parecer óbvio, mas muita gente acredita que as telas de proteção contra mosquitos são firmes o suficiente para aguentar o peso de uma criança. Pois mesmo a tela mais resistente é projetada para insetos, e não para um peso de 10/15 quilos. Infelizmente, é comum os pais simplesmente se esquecerem desse fato e se distraírem enquanto as crianças, cheias de curiosidade, sobem nas janelas e se apoiam na tela.
Para evitar qualquer risco, providencie fechaduras especiais não impeçam os bebês de abrirem as persianas. Outro cuidado é remover os móveis perto das janelas e sempre se manter atento quando estiver visitando amigos, parentes ou em estabelecimentos que possuem janelas com telas. Afinal, por mais que proteja sua própria casa, você nunca terá controle sobre o que ocorre em outros lugares. Com crianças, é sempre importante ficar atento.
5. Andar de bicicleta/patins sem capacete e proteção
As mães de hoje cresceram em outros tempos, quando não havia tanto controle em relação à segurança infantil. Mas não é porque, há 15, 20 anos, você pedalava sem capacete que vai pôr em risco a segurança de seu filho, certo? Por isso, ensine-os a usar proteção para evitar quaisquer traumas, inclusive cerebrais. Muitas crianças não querem usar capacete porque acham que fica engraçado ou ridículo. Se for esse o caso do seu filho, seja firme: “sem capacete, sem passeio”. Por fim, tenha em mente que você é o exemplo. Se seus filhos virem que você mesmo usa capacete enquanto anda de bicicleta ou de moto, provavelmente se sentirão estimulados a fazer o mesmo.
6. Descer em um escorregador com a criança no colo
Uma regra importante em qualquer playgroud: os adultos não podem descer em escorregadores segurando as crianças no colo. A questão é simples: como, nessa situação, seu filho ficará na frente, na “aterrissagem” seu corpo pode sobrecarregá-lo, causando lesões no pé, no tornozelo ou até na coxa.
7. Calçar as crianças menores com Havaianas
Quase todo mundo ama usar Havaianas ou outros chinelos parecidos durante o verão. Mas as crianças passam a maior parte de tempo correndo e brincando e precisam de calçados mais firmes, que os protejam de torsões, ferimentos e objetos afiados que possam atingir seus pés pelas laterais — tais como vidros e pregos. Os especialistas indicam qual o calçado ideal para não se machucar: ele deve possuir uma sola flexível, mas densa, ser fechado (se possível com cadarços) e firme na parte de traz e nas laterais. E, claro, é recomendável que seja produzido em tecido natural e respirável e que permita a circulação de ar.
8. Roupas brancas no calor
A primeira regra para praia ou locais de muita exposição ao sol é manter o corpo o mais protegido possível, desde que com roupas leves e respiráveis. Isto posto, pode parecer surpreendente, mas em dias com sol forte, é recomendável dar preferência a roupas mais escuras, porque elas protegem a pele dos raios ultravioleta melhor do que brancas.
9. Óculos de sol baratos
Temos aqui um típico caso em que o barato sai caro. Se você não economiza na hora de adquirir óculos de sol para proteger seus próprios olhos contra a radiação ultravioleta, não fará isso justamente com seus filhos, certo? Crianças de menos de 10 anos são mais vulneráveis aos danos causados à pele e aos olhos pela radiação ultravioleta. Se você realmente quer proteger os olhos do seu filho com óculos de sol, não deve comprar modelos baratos e de qualidade questionável. Eles podem causar problemas de visão. Para escolher esse acessório, procure um modelo com proteção de 100% contra os raios UVA e UVB.
10. Cobrir o carrinho de bebê
Para proteger o bebê contra insetos e calor enquanto ele está dormindo dentro de um carrinho, muitos pais cobrem o acessório com uma fralda ou um cobertor leve. Só que, fazendo isso, você pode transformar o carrinho em uma estufa. Um casal fez um teste com uma boneca no lugar de um bebê e demonstrou como a temperatura pode subir nesse microambiente. O carrinho com a boneca foi colocado em um quintal, de costas para o sol. Em 14 minutos, a temperatura na parte interna (e sombreada) do acessório havia subido de 23°C para 35,1°C, mais elevada que no ambiente externo — que registrava 35ºC.
11. Tirar a roupa no calor
Pode até parecer paranoia de pais modernos. Mas o fato, como já mencionamos, é que, quando a criança estiver exposta ao sol, a melhor maneira de protegê-la é colocando mais roupas. Nessas situações, procure vestir seu filho em peças leves de tecidos naturais como linho e algodão. Isso o protegerá não só do sol, mas também das picadas de vários tipos de insetos. Se vocês planejam ir à praia, é melhor vestir peças com proteção UV. Elas são feitas de tecido denso, que bloqueia os raios ultravioleta em até 98%. E os dias nublados, como você deve saber, não são garantia de proteção contra esses raios. Portanto, se você possui filho de até seis meses, mantenha-o com chapéu independentemente de o dia estar ou não ensolarado.
12. Lavar a criança com produtos perfumados
Muitos produtos para bebês possuem componentes perfumados, como extratos de ervas e óleos aromáticos. No verão, o uso desses produtos não é recomendado. Um cheiro doce pode atrair abelhas e insetos. Em épocas de mais calor, é recomendável substituir esses produtos por outros neutros e sem perfume.
13. Usar brinquedos infláveis para nadar
Grandes peças infláveis podem parecer uma garantia de segurança contra afogamentos, mas são justamente o contrário, já que a criança nem sempre consegue manter o equilíbrio sobre eles. Peças em forma de golfinhos, aviões, crocodilos e outras variações não fixam a criança nas bordas. E, se esses brinquedos virarem de cabeça para baixo, pode ser difícil retornar à posição original sem a ajuda de alguém. O mais recomendável, se seu filho não sabe nadar, são as boias infláveis de braço ou coletes. E a criança deve estar sempre acompanhada de um adulto.
14. Deixar o repelente eletrônico ligado à noite
O corpo da criança é sensível aos vapores tóxicos produzidos por repelentes eletrônicos contra mosquitos. Os fabricantes desses produtos não escondem que eles até podem causar um efeito negativo para a criança, provocando inchaço da nasofaringe e dor de garganta. Como alternativa, pode-se optar por placas e espirais especiais para crianças. Eles possuem uma proporção muito menor de substâncias químicas repelentes e não utilizam aditivos aromáticos. Mas, mesmo nesses casos, não é recomendado que o produto fique a menos de dois metros de distância da criança. A melhor opção é ligar o repelente eletrônico uma hora e meia antes de dormir e depois desligar.
15. Passar protetor solar só depois de chegar à praia
A dica, aqui, é não esperar chegar à praia e montar o “kit areia” para só depois aplicar o protetor. O ideal é que o produto seja aplicado na pele pelo menos 20 minutos antes de sair de casa, já que leva algum tempo para, efetivamente, ser absorvido e começar a fazer efeito.
16. Lenços umedecidos para limpar chupetas e mamadeiras
Muitas mães limpam chupetas, brinquedos e frutas dos filhos com lenços umedecidos. Mas fazer isso é arriscado, pois eles possuem componentes como fragrâncias, óleos e álcool que podem fazer mal se ingeridos. Durante uma caminhada, é melhor lavar a fruta com água pura de uma garrafinha e a chupeta e brinquedos com guardanapos.
17. Deixar as crianças brincarem na caixa de areia sozinhas
Hoje em dia, com a onipresença dos celulares, é comum os pais levarem os filhos a playgrounds e, lá, se distraírem nas redes sociais enquanto os pequenos se divertem na areia. Mas nessas caixas muitas vezes podem esconder “surpresas” como fragmentos de garrafas quebradas e objetos afiados — além de fezes de animais. Antes de deixar seu filho brincar, procure fazer uma “varredura” na areia (identificando esses riscos) e nos brinquedos, nesse caso, para evitar alguma peça quebrada, por exemplo. E, se possível, tenha sempre com você um antisséptico.